Ontem, falando sobre ferramentas para analisar, e suportar através do entendimento, o momento presente (filosofia, história, astrologia etc), e do potencial risco disso descambar para um escapismo intelectual, lembrei dessa parábola, que ilustrei há uns dez anos para uma revista de ioga: “Um yogi vivia numa densa floresta com seus discípulos. Ele ensinava o desapego, e repetia para os estudantes que o mundo manifestado é pura ilusão.
Um dia, um elefante atacou a ermida onde eles moravam. Todos se refugiaram no alto de uma árvore enquanto o elefante se refestelava no estoque de arroz deles.
Quando o animal foi embora, um estudante perguntou ao mestre: ‘Sempre aprendemos de você que o mundo é ilusório, mas não pude deixar de observar que, quando fomos atacados pelo elefante, você se refugiou junto conosco. Se de fato o mundo é ilusório, não bastava ter ficado quieto no lugar enquanto a ilusão do elefante passava?’
O mestre respondeu: ‘Sabemos que o mundo é uma ilusão – mas o elefante não sabe’.”
[Coluna Tudo de Om, por Pedro Kupfer – Revista Prana Yoga Journal #25]