ATREVA-SE A FLUTUAR

Durante todo o mês de fevereiro esse desenho / animação que fiz ocupará os quase 500m² do painel de LED que reveste a fachada do Shopping Cidade São Paulo na Avenida Paulista.⁠ ⁠🥰⁠

A arte foi inspirada na música “Canción Pequeña”, do álbum Aguas [2017] da banda sul-americana Perotá Chingó; em especial os versos “sé consciente de tu espacio / cuando te abraza el viento” (seja consciente do teu espaço / quando te abraça o vento). ⁠

Quis com ela criar um cenário onírico, onde um peixe vem com o vento – ou com a maré – e traz um afago, um carinho, um gesto afetuoso em meio ao cotidiano, à paisagem da avenida.⁠ ❤️🐟⁠ ⁠ ⁠

Essa avenida, pela qual me apaixonei quando aqui cheguei; os olhos da cidade, da maior cidade da América latina, na qual já ri sozinha e chorei sossegada diversas vezes, que está no caminho de tudo para onde vou e um pouco do que sou. ⁠Do que somos.⁠

Um super agradecimento à minha agente @carolherszenhut⁠ e a toda a equipe instagram.com/aborda.arte, que ajuda a tornar possíveis sonhos que eu nem sabia que tinha.⁠ E a instagram.com/_anauviedo, que me ajudou com a animação 😊

Tamo junto, é nóis.⁠
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🎶 Atrévete a flotar⁠
En brazos de un mundo terrenal⁠
Sé consciente de tu espacio⁠
Cuando te abraza el viento⁠

En tus sueños se enredan⁠
Los recuerdos de la marea⁠
Fuiste pez del más dulce acuario⁠
Tranquilo y liviano⁠ 🎶 ⁠

⁠-⁠⁠⁠
Shopping Cidade São Paulo:⁠
Av. Paulista, 1230 – Bela Vista, São Paulo⁠
O painel funciona todos os dias a partir das 18h30⁠ – até 28/02⁠
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O desenho, claro, faz parte da série #SobreAmoreOutrosPeixes, que usa seres do mar como metáfora para sentimentos.

VAI PASSAR

“Junto da torrente de notícias que dão conta da propagação de casos de Covid-19, uma leva de artistas, ilustradores e designers de diferentes estados também têm inundado as redes sociais de tirinhas, pinturas e desenhos sobre a crise. Sem desconsiderar a gravidade da situação, eles miram na leveza para transmitir mensagens de esperança e resiliência aos internautas”⁠

@vejasp destacou esse desenho na matéria “Lindas ilustrações para acalmar a quarentena”, junto ao trabalho de colegas incríveis: @ltdathayde @museu_inventado @robinho_santana @itsbohr @lariarantes @omeninouniverso @ofelipeguga e @deia_bellotti.⁠

O link (para assinantes) está aqui:
https://vejasp.abril.com.br/cultura-lazer/ilustracoes-quarentena/⁠

#VAIPASSAR#FiqueEmCasa
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⚠️ Essa arte não está à venda, mas como recompensa em uma iniciativa super bacana da ilustradora @colorlilas: Artistas em Quarentena. ⁠O projeto busca levantar grana para dividir entre artistas que estão sem trabalho e que foram muito prejudicados/as pelos cancelamentos devido à quarentena. ⁠Com valores de 5 a 20 reais você pode contribuir pra permitir a esses artistas uma renda mínima ⁠

➡️ apoia.se/artistasemquarentena⁠

DELICADA COMO UMA LÂMINA

delicado⁣: adjetivo ⁣1. de espessura reduzida; fino. 2. quase imperceptível; sutil. 3. que apresenta beleza singela. 4. que demonstra técnica elaborada; esmerado. 5. carente de forças e defesas; frágil. 6. que se melindra com facilidade; vulnerável. 7. que se comporta com cortesia e civilidade. 8. meigo, afetuoso. 9. Fig. que apresenta brandura, suavidade. 10. que exige prudência e cautela. 11. que apresenta sutileza, argúcia. ⁣

Ainda é estranho constatar o tanto que as pessoas julgam pelas aparências, muitas vezes sem prestar atenção ao que está sendo dito. ⁣Uma ‘atitude’ punk rock pode mascarar um discurso vazio que não ameaça minimamente o establishment, ou pior ainda, reacionário; um visual moderno pode mascarar ideias antiquadas por trás da etiqueta de “novo!”; um ar de intelectual pode convencer que faz sentido um raciocínio completamente torto; design e slogans hipsters podem esconder uma indústria anti-ecológica e práticas de mercado predatórias. As ideias nem sempre vem sinceramente estampadas na embalagem. É preciso entender melhor o que diz cada metáfora. Cada símbolo. Por trás de um visual fofo, pode estar um discurso afiado, incisivo, radical – e vice-versa. ⁣

A delicadeza pode ser uma navalha – mas tem horas que parece que a gente precisa de um machado. ⁣

SOBRE COELHOS E METÁFORAS

Vou aproveitar que hoje é Páscoa para falar de coelhos e metáforas. Recentemente me fizeram a pergunta sobre um desenho: “o que quer dizer essa menina com chapéu de coelho segurando um tubarão?”. Bem, conforme explanado brilhantemente no programa Choque de Cultura, é aquilo: quando você não consegue desenvolver um argumento, você usa uma metáfora. E às vezes não é nem que não consigo, é que não quero. Que se eu explicar tudo, não sobra nada pra pessoa imaginar. Aí fica a pergunta: o que é, pra você, uma menina com chapéu de coelho segurando um tubarão?

#SobreAmoreOutrosPeixes é uma série que usa seres do mar como metáfora para sentimentos.

Veja mais em www.evauviedo.com.br

LOVE IS HARD TO EXPLAIN

O rabisco desse desenho nasceu há dez anos, no canto de um caderninho, embalado em sentimentos que nem sei mais. Postei logo no Flickr, inclusive sdds flickr. Virou pôster há coisa de 3, 4 anos, em duas versões, há 2 virou série limitada de pratos, no ano passado acrescentei umas texturas e novas cores. Não fiquei muito satisfeita com o resultado, fiz uma enquete perguntando qual vocês preferiam, e entre uma e outra decidi não decidir; fiz uma terceira. Que a esta altura já deve ser a décima quinta. E eu sempre volto a ele. O amor tem dessas coisas. Vem como rascunho, a gente vai caprichando, acertando, procurando melhorar. Pode ser que mude a todo momento – para assim sempre ser perfeito. Já contei pra vocês que sou geminiana?

https://www.evauviedo.com.br/personalwork


Lançamento: edição limitada de pratos decorativos Sobre Amor & Outros Peixes

A série “Sobre amor & outros peixes“, onde são retratados peixes, tubarões, polvos, arraias e outros habitantes do mar, é inspirada nas profundezas do mar e dos sentimentos. A fauna marítima é usada como analogia para os diferentes tipos de sentimentos, nuances e sutilezas que envolvem os relacionamentos humanos: amor, dependência, carinho, dominação, paixão; tentáculos, escamas e nadadeiras. Tudo misturado suavemente, como uma dança em meio líquido, de movimentos tão delicados quanto distorcidos – como o amor.

O tema já foi desdobrado em diversos suportes e publicações: seres marítimos estiveram presentes nos livros Toureando o Diabo [publicação independente, 2016] e Nossa Senhora da Pequena Morte [Editora do Bispo, 2009], ambos coautorias com Clara Averbuck. Antes, tubarões e peixes alados deram vida, em livro e série de posters, aos personagens do romance Mnemomáquina [Demônio Negro, 2014] de Ronaldo Bressane, e ao poema Primeira Aula de Levitação [Mostra SESC de Artes, 2009].

A série chega agora em forma de pratos decorativos com edição limitada e numerada. As peças, que recebem aplicação de decalque e queima a 800º, vem em dois tamanhos, 19 e 27 cm, e já estão disponíveis para pré-venda no site.

O lançamento oficial será nos dias 26 e 27 de novembro, durante o Mercado Cult, feira de artes no Espaço Cult, na Vila Madalena.

Serviço: Pratos decorativos

Tamanho: 19 cm e 27 cm

Preço: de R$ 120 a R$ 180

Lançamento da edição limitada: durante a 3º edição do Mercado Cult
26 e 27 de novembro, das 11h às 19h
Rua Aspicuelta, 99 – Vila Madalena/SP – (11) 3032-2800
atendimento@espacorevistacult.com.br
https://www.facebook.com/events/209194886184266/

Mais informações: evauviedo@gmail.com

O AMOR É UM PEIXE GRANDE

por Marcelo Niel

Sim, é possível morrer de amor. E a alma sabe disso. E os trovadores românticos tinham razão: dor de amor dói no peito. Sempre que penso em dores de amor, viajo diretamente às aulas de literatura nos tempos de cursinho pré-vestibular.

Imediatamente vem à minha mente as cartas de amor da Soror Marilena do Alcoforado, que se apaixonou aos vinte e poucos anos,  da sacada do convento, pelo oficial francês Marquês de Chamilly, nos idos 1668.  Suas cartas de amor, encontradas séculos após sua morte, foram incluídas no bojo da produção literária do romantismo. Dá prá sentir a sua dor, seu desespero de amor, ao ler as suas cartas:

” (…) A tua ausência, alguns impulsos de devoção, o receio de arruinar inteiramente o que me resta de saúde com tanta vigília e tanta aflição, as poucas possibilidades do teu regresso, a frieza dos teus sentimentos e da tua despedida, a tua partida justificada com falsos pretextos, e tantas outras razões, tão boas como inúteis, prometiam ser-me ajuda suficiente, se viesse a precisar dela. Não sendo, afinal, senão eu própria o meu inimigo, não podia suspeitar de toda a minha fraqueza, nem prever todo o sofrimento de agora.”

Doença

Você certamente já ouviu histórias de pessoas que morrem de verdade ou adoecem profundamente após serem traídas ou abandonadas, ainda no dias de hoje. Pessoas  que sofrem desmesuradamente com a paixão ou com o abandono e chegam a sentir uma grande dor no peito, uma pressão uma sensação de opressão, como se o coração parasse de bater. Cuidado: isso pode ser um infarto.

Em 1990, médicos japoneses descreveram a “Síndrome de tako-tsubo”, carinhosamente chamada de “Síndrome do coração partido”: mulheres com mais de 40 anos que apresentavam no eletrocardiograma sinais de um infarto do miocárdio  após um rompimento amoroso. Tako-tsubo é o nome que se dá a uma armadilha para pescar tubarões.

Sim, o amor é um peixe grande e pode ser também uma grande armadilha. As mulheres estudadas não chegaram a morrer, mas ficaram com uma cicatriz física, uma marca indelével daquela dor da alma. Sobreviveram. Fico imaginando quantas e quantos já morreram de amor.

Paixão

Provavelmente, a única prevenção é não se apaixonar. E muitas pessoas, após diversas decepções amorosas, escolhem esse caminho: desistir. Mas há quem não desista  nunca e continue sempre correndo atrás dessa “dorzinha gostosa”, essa dor que é ruim, mas também pode ser boa.

Do ponto de vista médico,  há uma relação bem determinada entre esses eventos,  sendo a  depressão considerada hoje um fator de risco para o infarto. Antidepressivos não curam “dor de cotovelo”, mas se a pessoa estiver muito mal, se a dor da alma, a tristeza, não diminuírem com o tempo ou aumentarem, pode ser sim um sinal de depressão. E daí as pílulas da felicidade podem até funcionar.

Agora, se a dor da alma for tanta e vazar da alma para corpo e fizer o peito doer, corre num pronto-socorro e faz um eletrocardiograma, ok?

Marcelo Niel, paulista, 39 anos, é psiquiatra e psicoterapeuta, escritor, blogueiro e agitador cultural. Lançou seu primeiro livro de contos e crônicas em 2010, o Prosas, Macumba e Cafezinho, pela Editora Scortecci.

http://www.paupraqualquerobra.com.br/2013/04/14/e-possivel-morrer-de-amor/#ixzz2cUNtWlwt

SOBRE AMOR & OUTROS PEIXES

Obra em construção desde 2009, a série “Sobre amor & outros peixes” usa os seres do mar como analogia para os diferentes tipos de sentimentos, nuances e sutilezas que envolvem os relacionamentos humanos: amor, dependência, carinho, dominação, paixão; tentáculos, escamas e nadadeiras; tudo misturado suavemente, como uma dança em meio líquido, de movimentos tão delicados quanto distorcidos. O amor pode ser um peixe dourado, um tubarão, uma arraia que se finge inofensiva. Daqui pra frente as associações são infinitas e ficam a cargo de cada um.

O amor não é fácil de explicar.

+++ mais aqui

[Desenho integra o livro ‘Toureando o Diabo’]

Desenho integra o zine ‘As Coisas Todas’

[Mural na Mostra SESC de Artes]

SOBRE AMOR & OUTROS PEIXES

Obra em construção desde 2009, a série “Sobre amor & outros peixes” usa os seres do mar como analogia para os diferentes tipos de sentimentos, nuances e sutilezas que envolvem os relacionamentos humanos: amor, dependência, carinho, dominação, paixão; tentáculos, escamas e nadadeiras; tudo misturado suavemente, como uma dança em meio líquido, de movimentos tão delicados quanto distorcidos. O amor pode ser um peixe dourado, um tubarão, uma arraia que se finge inofensiva. Daqui pra frente as associações são infinitas e ficam a cargo de cada um.

O amor não é fácil de explicar.

(mais aqui: http://www.evauviedo.com.br/sobre-amor-e-outros-peixes)